quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Avaliação 5 de Agosto

Avaliação

Inicio o texto explicando a forma como interpretei esta atividade e avaliação e como pretendo desenvolve-la. Creio que a intenção seja retomar todo o processo de construção dessas noções, desenvolvimento e aprendizagem, e explorar o uso desses conceitos de forma meta-cognitiva. No caso deste entendimento estar correto, segundo a proposta dos orientadores, então minha escolha pelo método usado no processo de reflexão seria um texto dissertativo que englobasse as questões 2, 3 e 4, já que a questão 1 refere-se ao quadro realizado logo acima. Sendo assim, faço toda a reflexão em um único texto, acreditando que esta forma não irá afetar o objetivo principal da avaliação, interpretada como uma construção argumentativa sobre os fenômenos de auto-regulação processados durante o período, que pode expressar parte do conhecimento construído.

Em relação ao primeiro tópico, referente às mudanças de concepções, creio que muita coisa mudou. A principal mudança estaria numa maior clareza em relação aos conceitos de desenvolvimento e aprendizagem, que antes pareciam confusas. Estava claro que eram conceitos complementares no que se refere às construções mentais, mas não estava claro o limite de cada um deles, nem mesmo as relações estabelecidas entre um e outro. Percebo que em grande parte das respostas iniciais estes conceitos não eram completamente ignorados, tanto que não houve tantas mudanças nas respostas, mas cada tese exigia um grande esforço de reflexão, sem que a resposta fosse convicta.

Este primeiro exercício representou um exemplo muito realista do que seria um processo de desequilíbrio, pois foi um momento onde comecei a notar as “lacunas” do meu processo explicativo em relação aos conceitos, que as relações que fazia não estavam bem estabelecidas. Contudo, embora as primeiras análises das teses representassem um momento de desequilíbrio, representou um esforço mental para nova equilibração, pois minha primeira etapa de construção das definições foi no sentido de atribuir características mais estruturantes ao conceito de desenvolvimento e mais operativas em relação ao conceito de aprendizagem. Depois de ler alguns textos descobri que “intuí” pelo caminho certo.

Utilizei o termo “intuí” pois não consegui imaginar um termo substitutivo melhor, mas acredito estar nesse exemplo uma das questões refletidas durante a leitura do texto “Desenvolvimento e Aprendizagem”, de Jean Piaget. Esta “intuição” não está ligada à nenhuma faculdade sobrenatural da mente, mas ao próprio processo de desenvolvimento do conhecimento. Minha compreensão do texto criou uma hipótese explicativa que interpreta essa “pré-concepção” derivada da assimilação do conceito feito pelo uso ordinário da palavra no meio acadêmico, ou pelo uso mais generalizado em contextos biológicos, o que criaria uma aprendizagem através da “educação”, ou da transmissão lingüística, sem que tenha, até então, operado sobre o conceito, como diz Piaget, tenha sido ativo em relação à construção desse conhecimento.

As atividades favoreceram este processo de desequilíbrio do conhecimento, que possibilitou um primeiro esforço no sentido de buscar nova equilibração, mas a atividade per si não foi suficiente para atingir um estado satisfatório para uma forma explicativa equilibrada. Neste sentido, estou certo de que a ajuda dos textos foram de fundamental importância para esclarecer conceitos e aprofundar as construções do conhecimento. Piaget argumenta que o conhecimento não é uma simples cópia da realidade, mas um processo pelo qual a mente consegue empreender um mecanismo de reversibilidade. Eu tendo a interpretar o conhecimento como cópia mental da realidade, contudo, havendo diversos “níveis” de abstração, que possibilitam, ou não, operar as partes isoladas dessas construções. Uma metáfora para isso seria a “reprodução” mental de um automóvel, onde um primeiro indivíduo saberia reconhecer e definir, outro indivíduo com maior grau de conhecimento saberia, além de reconhecer e definir, operar suas funções básicas, enquanto um terceiro indivíduo, com maior grau de conhecimento, saberia, além dos dois anteriores, desmontar e remontar o veículo a cada peça. Os três indivíduos demonstram um conhecimento sobre o objeto, mas em graus distintos, que permite cada um deles operar mentalmente a “cópia” do objeto com maior ou menor destreza.

Talvez o maior avanço nesta atividade tenha sido o estabelecimento claro da distinção entre desenvolvimento e aprendizagem. Minha atual hipótese está na compreensão do desenvolvimento enquanto processo de maturação do sistema nervoso, ligado à embriogênese, mas ligado também às aquisições de estruturas lingüísticas e de interações com o meio. A aprendizagem, segundo minha atual compreensão, estaria ligada ao processo de auto-regulação, onde se operam desequilíbrios e equilibração do saber, que buscam criar estruturas mentais baseadas no princípio da não-contradição, ou seja, uma falha na lógica do processo explicativo leva ao desequilíbrio do conjunto de relações que formam o conhecimento, criando lacunas a serem completadas por novos conhecimentos que “estabilizem” o sistema.

Em relação ao item 4, creio que estas aprendizagem possibilitam um grande avanço na elaboração de estratégias de intervenção nos alunos, pois clarificam o processo de aprendizagem, apontando melhores meios de favorecer o desequilíbrio das certezas e formas mais apropriadas de oferecer meios para que novas equilibrações se operem. Além disso, torna o tutor mais consciente de que as “instabilidades” dos alunos fazem parte do processo de aprendizagem, e que novos conhecimentos são construídos através de uma busca pela recomposição do saber “ameaçado”.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Resumo

Resumo do texto: Mapas conceituais e aprendizagem significativa

Marco Antônio Moreira

O autor defende que um mapa conceitual é diferente de um organograma ou um fluxograma, na medida em que as relações estabelecidas em um mapa conceitual não significam necessariamente direcionamento ou hierarquias entre conceitos ou idéias. A organização gráfica de um mapa conceitual não segue um modelo rígido, tão pouco é arbitrário. O gráfico deve ajudar na leitura das relações, as formas e tamanhos podem auxiliar na pontuação e de idéias centrais e mais importantes no gráfico geral.

O Mapa conceitual pode ser uma ferramenta muito útil na organização das novas aprendizagens. O autor chama de aprendizagem significativa as novas idéias ancoradas nas informações pré-existentes, chamadas “subsunçores”. Os mapas conceituais podem expressar a forma com que os conhecimentos foram internalizados pelos sujeitos em suas características pessoais.

quarta-feira, 26 de março de 2008

sábado, 12 de janeiro de 2008

Aprendizagem do semestre

O tempo é relativo. Brilhante o que dizia Einstein, um poético cientista. Alguns meses podem representar aprendizagens de uma vida inteira, ou fazer a vida inteira caber em apenas um dia. Em certos dias podemos nos sentir suspensos do mundo, segundos que parecem horas em espera, dias que não duram o tempo de um suspiro. O tempo da vida nem sempre coincide com o tempo da aprendizagem, este requer estarmos com o nosso mais íntimo querer voltado para o pensar, re-significando mais e mais momentos inscritos na memória, agregando outras tantas informações, para formar um outro sujeito diferente do momento anterior, capaz de lançar um olhar mais complexo sobre sua realidade.

Neste semestre aprendi que a caminhada rumo aos objetivos é mais importante do que este pretenso lugar que gostaríamos de chegar. Há mais beleza no presente do que a mais bela imaginação sobre o futuro, mesmo que fértil possa ser nossa projeção do devir. Aprendi que é possível estreitar os laços entre pessoas distantes no espaço, e que isto é fundamental em nosso trabalho enquanto educadores. Muitas vezes um incentivo pode mudar a vida do outro, e que uma brincadeira pode ensinar pelo riso, muito mais que um texto sério. Nestes últimos tempos tomei consciência do poder da palavra, acima de tudo, da sutil força por detrás de suas organizações.

Desta forma, compreendi a necessidade de darmos o melhor a cada segundo de vida, pois é esse tempo que nos caracteriza e compõe nossa existência. Que podemos ir muito mais longe com boas parcerias, o que nos traz a necessidade de sermos, também, bons parceiros para ajudarmos aos outros. Que a franqueza é uma necessidade para o crescimento do espírito humano. Que oportunidades são bolhas de sabão ao nosso redor, e se pensarmos muito para pegá-las elas deixam de existir.

O tempo é relativo, mas ele passa. Neste último semestre compreendi que organizar nosso dia evita movimentos desnecessários e conseguimos estar mais ativos. Que trabalhar e estudar são muito importantes, mas não devemos nos esquecer que fazer nossos amigos e amores felizes requer nossa atenção e dedicação. Descobri que não adianta pensar em quando tinha metade de minha idade, imaginando o que poderia fazer para ser melhor hoje, mas posso imaginar-me com o dobro de minha idade e pensar o que posso fazer hoje para ser melhor no futuro. Muitas vezes ser omisso é um papel muito mais ridículo do que o de se expor.

Por fim, aprendi que ler o que nossos colegas escrevem pode ser uma grande fonte de inspiração. Mesmo que possamos não produzir algo muito original depois disso, vale o fato de estarmos contribuindo para a construção de uma rede maior de informações. O tempo é relativo. Essa aprendizagem caracterizou meus últimos meses, pois senti todo o peso de seu significado. Visitei meu passado, vislumbrei diversos futuros, olhei meu presente de inúmeras perspectivas, concluí e desconcluí centenas de idéias. Tudo isso aconteceu em alguns meses, me fez viver a intensidade de anos, mostrou-me ensinamentos de uma vida e, no entanto, não desloquei no tempo do relógio diferente de qualquer outro ser humano. Einstein viveu em outro tempo e falou de outro tempo, mas creio que ele entenderia o que digo sobre o tempo, como diversas outras pessoas que lerem essas palavras também compreenderão. Não precisa ser gênio para saber o que significa sentir o mundo suspenso ou o dia em um suspiro.