terça-feira, 23 de outubro de 2007

Reflexão

Hoje, visitando os portfólios dos colegas, me deparei com uma questão muito instigante levantada pelo amigo Antônio, sobre os “Nativos Digitais”, e acabei lembrando de uma música do Engenheiros do Hawaii. Lembrei-me dela pois existe uma relação entre os aspectos da memória e do registro sob os quais versa a letra, talvez muito próximo ao trabalho que realizamos neste espaço, o portfólio. Neste momento histórico que vivenciamos, uma transição do mundo analógico para o digital, fazemos parte de uma parcela responsável por essa decodificação, por uma adaptação das tecnologias hoje disponíveis para um mundo em construção e consolidação, escrevemos memórias e experienciamos técnicas, as quais poderão servir de subsídio para novos fazeres e novas formas de pensar. Neste novo mundo, ao qual estamos abrindo as cortinas, não precisamos produzir trabalhos completos, criamos trechos, partes, bits de informação que em sua composição de mosaico produzirá um universo mais amplo, com a contribuição de algum outro sujeito em qualquer lugar do mundo que nos encontrar nesta imensidão de informações, um novo espaço de convivência para a inteligência humana. Isso não é pouca coisa, pelo contrário, constitui uma imensa responsabilidade.


“Não importa se só tocam
o primeiro acorde da canção
a gente escreve o resto
em linhas tortas
nas portas da percepção
em paredes de banheiro
nas folhas que o outono leva ao chão
em livros de história
seremos a memória dos dias que virão
(se é que eles virão)

não importam se só tocam
o primeiro verso da canção
a gente escreve o resto
sem muita pressa
com muita precisão
nos interessa o que não foi impresso
mas continua sendo escrito à mão
escrito à luz de velas
quase na escuridão
longe da multidão”

Exército De Um Homem Só

Engenheiros do Hawaii

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