terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Afetividade no EAD

Confesso que perdi o ritmo de escrever no portfólio, talvez o fato de não ter comparecido na última aula tenha ajudado nisto. Depois de colocar os comentários em dia volto a me dedicar a minha própria aprendizagem. Semana passada estava conversando com os colegas Antônio e Daiane sobre as “interpretações das mensagens” que escrevemos aos alunos. Discutíamos que algumas vezes uma frase pode ter variados significados conforme o tom que o aluno imagina que escrevemos. Comentamos também que ao avaliar as intervenções dos tutores, como fazemos no ESPEAD, não levamos em conta as relações existentes entre aquele tutor e os alunos, pois dependendo do histórico de interação uma pequena frase fará todo o sentido para o aluno e nenhum para os demais que tentam analisar.

Seguindo esta lógica, estava argumentando que nossos comentários devem ter algumas indicações de tom sobre as frases, por exemplo, quando escrevemos um comentário que tem um fundo de brincadeira é importante colocarmos um “hehehe”, o que torna o tom de leitura que eles atribuem algo suave, sereno e etc. Minha opinião é que ajuda muito na função do tutor “quebrar o gelo” na relação com os alunos, fazer brincadeiras com eles e tirar um pouco da formalidade desta relação entre aluno-tutor ocasiona uma maior proximidade, uma maior confiança, fazendo com que os alunos fiquem mais desavergonhados em pedir ajuda. Venho observando que as alunas com as quais faço brincadeiras tendem a participar mais nos comentários e chats (as mais próximas mandam e-mail final de semana dizendo que estão me esperando no MSN), elas assimilam críticas com mais facilidade, ou seja, se sentem menos inseguras com as críticas.

Postado por RENATO AVELLAR DE ALBUQUERQUE em 27/09/2007 17:47

(Fulana, Sua atividade está MARAvilhosa (sacou o trocadilho!!), como sempre demonstrando a profundidade de suas abordagens e a paixão pela profissão(se eu chegar ao final do curso sem me repetir nos elogios merecerei um busto de bronze). O problema de suas atividades é que elas...)

Postado por FULANA DE TAL em 30/09/2007 21:12

(Ah, quanto ao busto, vai tirando teu cavalinho da chuva, ninguém tem um repertório tão grande de elogios, assim. Ou tem? Olha, já disse que não abro mão deles, em algum momento tu vais te repetir e...)

Postado por RENATO AVELLAR DE ALBUQUERQUE em 30/09/2007 22:58

(... Bem, se o repertório de elogios acabar eu posso recrudescer minha crítica, os carrascos raramente fazem elogios!!)

Postado por FULANA DE TAL em 30/09/2007 23:03

(...Mas, quant a virar carrasco, qual é?)

Portanto, a criação de vínculos de afetividade a distância é possível e importante para diminuir a ansiedade dos alunos em relação aos comentários, e para criar uma maior proximidade entre os formadores e os alunos, ajudando na orientação do curso como um todo.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Reflexão

Hoje, visitando os portfólios dos colegas, me deparei com uma questão muito instigante levantada pelo amigo Antônio, sobre os “Nativos Digitais”, e acabei lembrando de uma música do Engenheiros do Hawaii. Lembrei-me dela pois existe uma relação entre os aspectos da memória e do registro sob os quais versa a letra, talvez muito próximo ao trabalho que realizamos neste espaço, o portfólio. Neste momento histórico que vivenciamos, uma transição do mundo analógico para o digital, fazemos parte de uma parcela responsável por essa decodificação, por uma adaptação das tecnologias hoje disponíveis para um mundo em construção e consolidação, escrevemos memórias e experienciamos técnicas, as quais poderão servir de subsídio para novos fazeres e novas formas de pensar. Neste novo mundo, ao qual estamos abrindo as cortinas, não precisamos produzir trabalhos completos, criamos trechos, partes, bits de informação que em sua composição de mosaico produzirá um universo mais amplo, com a contribuição de algum outro sujeito em qualquer lugar do mundo que nos encontrar nesta imensidão de informações, um novo espaço de convivência para a inteligência humana. Isso não é pouca coisa, pelo contrário, constitui uma imensa responsabilidade.


“Não importa se só tocam
o primeiro acorde da canção
a gente escreve o resto
em linhas tortas
nas portas da percepção
em paredes de banheiro
nas folhas que o outono leva ao chão
em livros de história
seremos a memória dos dias que virão
(se é que eles virão)

não importam se só tocam
o primeiro verso da canção
a gente escreve o resto
sem muita pressa
com muita precisão
nos interessa o que não foi impresso
mas continua sendo escrito à mão
escrito à luz de velas
quase na escuridão
longe da multidão”

Exército De Um Homem Só

Engenheiros do Hawaii

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Idéias

Semana passada eu fiz uma página inicial para meu navegador que facilitou bastante minha vida. Na verdade não difere muito da lista de favoritos, contudo, a organização espacial é diferente e bem melhor de acessar.



Essa simples idéia permite que possamos freqüentar os lugares mais acessados por nós, partindo sempre de uma página inicial onde contém links divididos em zonas de interesses

O carregamento dessa página é extremamente mais rápido, posto que ela fica hospedada dentro do nosso computador, e permite uma fácil organização dos interesses e das necessidades de acesso. Com o tempo as associações com os lugares que cada botão ocupa na página inicial torna o acesso quase automático.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Reflexões

Ponto de vista: Stephen Kanitz

Cuidado como que ouvem
"Achar que tudo o que ouvimos é verdadeiro é viver ingenuamente, com sérias conseqüênciaspara nossa vida profissional"

"Vigilância epistêmica" é a preocupação que todos nós devíamos ter com relação a tudo o que lemos, ouvimos e aprendemos de outros seres humanos, para não sermos enganados. Significa não acreditar em tudo o que é escrito e é dito por aí, inclusive em salas de aula. Achar que tudo o que ouvimos é verdadeiro, que nunca há uma segunda intenção do interlocutor, é viver ingenuamente, com sérias conseqüências para nossa vida profissional. Existe um livro famoso de Darrell Huff chamado Como Mentir com Estatísticas, que infelizmente é vendido todo dia, só que as editoras não divulgam para quem. Cabe a cada leitor tentar descobrir.
Vigilância epistêmica é uma expressão mais elegante do que aquela palavra que todos nós já conhecíamos por "desconfiômetro", que nossos pais nos ensinaram e infelizmente a maioria de nós esqueceu. Estudos mostram que crianças de até 3 anos são de fato ingênuas, acreditam em tudo o que vêem, mas a partir dos 4 anos percebem que não devem crer. Por isso, crianças nessa idade adoram mágicas, ilusões óticas, truques. Assim, elas aprenderão a ter vigilância epistêmica no futuro.
Lamentavelmente, muitos acabam se esquecendo disso na fase adulta e vivem confusos e enganados, porque não sabem mais o que é verdade ou mentira.
Nossa imprensa infelizmente não ajuda nesse sentido; ela também não sabe mais separar o joio do trigo. Hoje, o Google indexa tudo o que encontra pela frente na internet, mesmo que se trate de uma grande bobagem ou de uma grande mentira. Qualquer "opinião" é divulgada aos quatro cantos do mundo. O Google não coloca nos primeiros lugares os sites da Universidade de Oxford, Cambridge, Harvard ou da USP, supostamente instituições preocupadas com a verdade. In veritas é o lema de Harvard. O Google não usa sequer como critério de seleção a "qualificação" de quem escreve o texto no seu algoritmo de classificação. Ph.Ds., especialistas, o Prêmio Nobel que estudou a fundo o verbete pesquisado aparecem muitas vezes somente na oitava página classificada pelo Google. Avaliem o efeito disso sobre a nossa cultura e a nossa sociedade a longo prazo.
Todos nós precisamos estar atentos a dois aspectos com relação a tudo o que ouvimos e lemos:
• Se quem nos fala ou escreve conhece a fundo o assunto, é um especialista comprovado, pesquisou ele próprio o tema, sabe do que está falando ou é no fundo um idiota que ouviu falar e simplesmente está repassando o que leu e ouviu, sem acrescentar absolutamente nada.
• Se o autor está deliberadamente mentindo.
Aumentar a nossa vigilância epistêmica é uma necessidade cada vez mais premente num tempo que todos os gurus chamam de "Era da Informação".
Discordo profundamente desses gurus, estamos na realidade na "Era da Desinformação", de tanto lixo e "ruído" sem significado científico que nos são transmitidos diariamente por blogs, chats, podcasts e internet, sem a menor vigilância epistêmica de quem os coloca no ar. É mais uma conseqüência dessa visão neoliberal de que todos têm liberdade de expressar uma opinião, como se opiniões não precisassem de rigor científico e epistemológico antes de ser emitidas.
Infelizmente, nossas universidades não ensinam epistemologia, aquela parte da filosofia que nos propõe indagar o que é real, o que dá para ser mensurado ou não, e assim por diante.
Embora o ser humano nunca tenha tido tanto conhecimento como agora, estamos na "Era da Desinformação" porque perdemos nossa vigilância epistêmica. Ninguém nos ensina nem nos ajuda a separar o joio do trigo.
Foi por isso que as "elites" intelectuais da França, Itália e Inglaterra no século XIV criaram as várias universidades com catedráticos escolhidos criteriosamente, justamente para servir de filtros e proteger suas culturas de crendices, religiões oportunistas e espertos pregando mentiras.
Há 500 anos nós, professores titulares, livres-docentes e doutores, nos preocupamos com o método científico, a análise dos fatos usando critérios científicos, lógica, estatísticas de todos os tipos, antes de sair proclamando "verdades" ao grande público. Hoje, essa elite não é mais lida, prestigiada, escolhida, entrevistada nem ouvida em primeiro lugar. Pelo contrário, está lentamente desaparecendo, com sérias conseqüências.
Fonte:
Stephen Kanitz é administrador ( www.kanitz.com.br)
http://veja.abril.com.br/031007/ponto_de_vista.shtml Revista VEJA Ed.2028 – 03/10/2007 pg.20
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Reflexões sobre o texto e o tema
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Ainda sobre os debates em relação às concepções de evidência e argumentação, faço esta primeira intervenção no meu portfólio de aprendizagem para dialogar com um texto que recebi de um amigo tutor. O texto de Stephen Kanitz, chamado “cuidado com o que ouvem”, possibilita um excelente exercício crítico em relação aos primeiros conceitos abordados, e que serão fundamentais ao longo da construção desse blog.
No primeiro parágrafo do texto o autor chama a atenção para o cuidado com a informação que os indivíduos devem ter, ao que ele chama de “vigilância epistêmica”. Esta postura, segundo ele, deve ser tomada para não sermos “ingênuos” de achar que tudo o que os outros dizer é “verdade”, para não acharmos que “nunca há uma segunda intenção do interlocutor”, o que traria conseqüências para a “vida profissional”. Com exceção do conceito que o autor usa, coloquei os demais termos entre aspas com segundas intenções. Começo explicando as aspas em “verdade”, pois é um conceito freqüentemente revisitado em tempos de pós-modernidade, algo que levanta muita polêmica. O que é verdade ou verdadeiro? Não pretendo aqui aprofundar este debate filosófico, apenas pontuar a existência de uma profundidade de concepções neste termo, que também nos leva a pensar sobre “as segundas intenções do autor”, minhas e dele. Este último termo entre aspas também tem seu significado, ou seja, que todas as informações possuem uma intencionalidade subterrânea, que existe um “fundo” nas informações deliberadamente intencional que os “ingênuos” não conseguem captar. Se isto é verdade, qual seria a intencionalidade subterrânea do autor ao atribuir à inobservância desse “fundo intencional” sérias conseqüências ao mundo profissional, e não à própria vida do sujeito? Talvez essa “segunda intenção” do interlocutor seja o que chamamos de ideologia? Ou seria a visão de mundo?
A questão é que o autor insinua a existência fixa entre uma “verdade” e uma “mentira”, entre os que “vivem confusos e enganados” por não saberem o que é verdade ou mentira, o que nos leva a crer que existam outros, aqueles que “não se confundem e não se enganam”, pois sabem o que é a “verdade” ou o que é “mentira”. Essa extensão dedutiva do raciocínio feito pelo autor não é por acaso, ou, tem uma segunda intenção. Ela mostra que existe também uma divisão entre pessoas “iluminadas” e pessoas obscurecidas pelas “trevas da ignorância”, posição muito similar àquela assumida pelos Ilustrados do século XVIII, em oposição à Idade Média que representava a Idade das Trevas.
Em seu terceiro “infelizmente”, o autor critica a internet, mas especificamente o sitio de busca Google, pela indexação de todo tipo de informação, inclusive as “bobagens” e as “mentiras”. Surge aí um outro conceito difícil de caracterizar, o que é uma “bobagem”? Quando ele critica o sítio de busca por não colocar entre os primeiros endereços os relacionados às universidades com a “qualificação” de quem informa, vinculando-os aos títulos que possuem, podemos confirmar que sua valoração está diretamente ligada ao cientificismo e sua hierarquia acadêmica. Isto nos leva a uma questão fundamental: não existe “verdade”, “saber” e “valor” nas informações que não sejam científicas? As crenças são “bobagens”? Acreditar que o saber científico é o único saber válido não é uma crença dogmática?
Como minha intenção, ou, melhor dizendo, segunda intenção, é apenas provocar e não responder, vou passar para a questão que parece mais problemática do que as crendices de cada um. Ao tomar como “ruído”, “desinformação” e “lixo” as diversidades de opiniões “transmitidos diariamente por blogs, chats, podcasts e internet”, não estaríamos criando uma “oligarquia do saber”? Esta concepção não difere muito daquela pregada pela Igreja Católica da Idade Média, quando a única verdade era por ela enunciada. Pior que isso, a expressão “sem a menor vigilância epistêmica de quem os coloca no ar” é quase um apelo à censura, não por acaso que a Santa Inquisição e as agências de inteligência das mais diversas ditaduras foram extremamente eficientes em suas “vigilância epistêmica”. Quando o autor coloca que a liberdade de expressão é culpa “dessa visão neoliberal de que todos têm liberdade de expressar uma opinião, como se opiniões não precisassem de rigor científico e epistemológico antes de ser emitidas”, entrei em uma profunda dúvida existencial. Ocorreu-me que: meu conceito de neoliberalismo é errado, ou, que sou um neoliberal e não sabia, ou, que existe um rigor científico neste texto que eu não tenho a capacidade de ver, ou, que os religiosos de todo o mundo farão voto de silêncio, ou, que o saber científico é neutro, ou,...
O texto mostra tantas contradições que ele mesmo não passaria pela “vigilância epistêmica” que propõe. Quando diz que “Há 500 anos nós, professores titulares, livres-docentes e doutores, nos preocupamos com o método científico, a análise dos fatos usando critérios científicos, lógica, estatísticas de todos os tipos, antes de sair proclamando ‘verdades’ ao grande público.”, fica evidente ao menos sua falta de rigor histórico na afirmação, pois mesmo descartando todos os métodos de conhecimento existentes desde a antiguidade e considerando o método científico moderno iniciado com Descartes, em meados do século XVII, não há vigilância alguma em dizer quinhentos anos. Ou seja, que preocupação com o método científico é esse antes de “sair proclamando ‘verdades’ ao grande público” em uma revista de grande circulação?
Vamos entender alguns significados de seu próprio texto visto à luz de sua opinião, pois, sem querer tirar qualquer mérito do autor, não pude deixar de fazer uma, porque não dizer, sarcástica observação. Vou reproduzir as partes que me chamaram a atenção: “Todos nós precisamos estar atentos a dois aspectos com relação a tudo o que ouvimos e lemos” “Se quem nos fala ou escreve conhece a fundo o assunto, é um especialista comprovado, pesquisou ele próprio o tema, sabe do que está falando ou é no fundo um idiota que ouviu falar e simplesmente está repassando o que leu e ouviu, sem acrescentar absolutamente nada” "Aumentar a nossa vigilância epistêmica é uma necessidade cada vez mais premente num tempo que todos os gurus(pesquisadores e especialistas em comunicação, ciências humanas e outras tantas áreas afins) chamam de "Era da Informação” ”Discordo profundamente desses gurus(quem discorda é um especialista?), estamos na realidade na "Era da Desinformação" “Stephen Kanitz é administrador” “Revista VEJA”(uma revista científica? Uma universidade?). Os grifos e comentários entre parênteses foram feitos por mim. A ironia é pior ainda se colocamos junto dessas passagens outras como:”Qualquer ‘opinião’ é divulgada aos quatro cantos do mundo” ou “O Google(e a Veja) não usa sequer como critério de seleção a ‘qualificação’ de quem escreve o texto no seu algoritmo de classificação. Ph.Ds., especialistas, o Prêmio Nobel que estudou a fundo o verbete pesquisado(não podemos nos esquecer dos administradores!) ...”.
Com essa brincadeira, de mal-gosto, reconheço, quis apenas mostrar que se não houver uma relativização sobre o que é dito e de quem disse, a grande maioria das opiniões e pontos de vista ficam “proibidas” de serem divulgadas e creditadas, se não com censuras, conforme sugere o texto, ao menos no sentido do descrédito, como eu mesmo fiz com o texto escrito por Stephen Kanitz.
Para finalizar, quero dizer que minhas segundas intenções foram mostrar que para que uma informação tenha valor não basta que ela seja científica. Acredito que o artigo de Stephen Kanitz possui diversas informações úteis para se refletir sobre o mundo, mesmo que não as considere “verdadeiras” ou “falsas”. Em minha opinião a posição expressa pelo autor só leva a criar uma casta de pessoas que possuem o “poder da verdade” e não a “verdade”. As “verdades” fazem parte da vida de cada sujeito, sua compreensão sobre o mundo, seu interesses, suas inserções na sociedade e etc., que são compartilhadas a cada diálogo, a cada texto e a cada prática. Portanto, não podemos dizer com propriedade quais as “verdades” melhores para as outras pessoas, acreditamos e compartilhamos nossa crença e isso nos basta. Como eu poderia dizer a um religioso que sua fé é uma mentira? E se alguém achasse que esta minha opinião neste blog fosse uma “bobagem”, e a impedisse de ser publicada? O que aconteceria se a verdade tivesse dono? Não seria ingenuidade achar que não existem segundas intenções nas ciências? Não seria ingenuidade achar que minha opinião não possui segundas intenções? Claro que existe, minha segunda intenção é combater essa idéia elitista e reacionária veiculada pela Veja, uma revista manipuladora, parcial, de uma direita conservadora da qual eu sinto nojo, embora ache que ela possua todo o direito de dizer suas “bobagens”. Até as publico em meu espaço como forma de democratizar a informação (risos no fundo da sala). Mas fica a pergunta: qual a terceira intenção por trás dessa segunda intenção?
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Renato Avellar de Albuquerque é qualquer um que posta lixos em blogs, sem qualquer rigor científico. (talvez seja um neoliberal desavisado!!).

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Entendimento sobre evidência e argumentação

Postado no fórum

No outro fórum eu participei contribuindo com meu conceito de portfólio, portanto, neste vou me posicionar somente em relação ao filme e aos conceitos. Em primeiro lugar, gostei muito do filme “Doze Homens e uma Sentença”, achei-o muito significativo para a reflexão de vários temas como: justiça, preconceito, verdade, valor pela vida humana, transferência, argumentação, entre outros. Contudo, ao nosso propósito, ele servirá para nos determos em dois aspectos fundamentais, a evidência e a argumentação.
Acredito que podemos fazer uma distinção superficial entre os dois conceitos categorizando genericamente cada um sob as características de “fato observado” e “hipótese dedutiva”. Portanto, evidência, em minha concepção, é uma característica, fenômeno ou objeto que revela informações à observação direta ou indireta. Uma prova, em um julgamento, revela aos juízes e jurados algumas informações diretas sobre um crime, observadas diretamente nos objetos, enquanto o testemunho de alguém que viu o crime revela informações indiretas, ou seja, mediadas pela interpretação e o relato.
A argumentação é o sentido de um discurso lógico dado para interpretar as evidências, de forma que um observador não presente, no caso de um crime, possa deduzir um ocorrido e toma-lo como verdade.
O filme possibilitou a reflexão sobre estes conceitos ao desconstruir as evidências do crime, questionando as interpretações dadas pela argumentação, no caso, a de que o réu teria matado o pai. Ao se questionar as evidências, grande parte delas indiretas, os jurados conseguiram compreender as incoerências contidas em cada testemunho, o que impossibilitava que a interpretação de réu culpado, argumentada pelos promotores e testemunhas de acusação, fosse lógica. Questionar as evidências, naquele caso, significava questionar as interpretações dos sujeitos envolvidos, não apenas as interpretações do promotor e das testemunhas, mas dos próprios jurados.
Na medida em que a lógica da argumentação tornava-se inconsistente, outros fatores que pesavam na argumentação sobre o crime foram ficando explícitos. A argumentação passava a se apoiar não mais nas evidências, mas nos preconceitos ou nas transferências pessoais feitas na interpretação do caso. Por essa razão discordo da interpretação da colega Maximira, pois as evidências do exemplo que ela usou, em minha opinião, seriam o testemunho do vizinho, evidência mediada, que afirma ter ouvido a discussão e o barulho decorrente do crime. A inconsistência desse testemunho do vizinho é uma argumentação sobre a falta de lógica nos fatos relatados, a incoerência na interpretação dos fatos que a desacredita enquanto evidência.

Entendimento de Portfólio

Postado no fórum

As reflexões realizadas neste fórum trazem tanta riqueza de abordagem que fica praticamente impossível escrever algo que já não tenha sido dito. Portanto, vou comentar três aspectos que me chamaram a atenção nas postagens. A primeira foi o caráter “público” do portfólio, o que o faz algo diferente de um diário, um arquivo ou meramente uma pasta para guardar registros, pois, imagino, o portfólio tem sua utilidade enquanto não está guardado. No caso de um publicitário, exemplo utilizado várias vezes aqui no fórum, seu portfólio assume a função de registro de trajetória profissional, organizado em forma curricular. Isso é totalmente diferente de uma mera pasta de registros guardada no fundo do armário.
Esta idéia aplicada à educação evidencia as aprendizagens ocorridas enquanto processo, uma alternativa aos instrumentos de avaliação que buscam em um único momento mensurar todas aprendizagens de um período. Em termos comparativos, à maneira Lula, o portfólio está para um rio assim como uma prova para uma pororoca. Ainda em termos avaliativos, o portfólio evidencia que o conhecimento não se desenvolve de maneira linear, proporcionando um verdadeiro diálogo consigo ao longo do tempo. Uma resenha feita há um ano pode trazer outro tipo de interpretação em relação a um texto, o que não significa, necessariamente, que a mais recente seja a melhor, pois cada trabalho refletirá seu momento de produção e as relevâncias dadas pelo sujeito em cada tempo. Em suma, o que o portfólio educacional evidencia é a mudança do sujeito do conhecimento e, possivelmente, o rumo dessas mudanças.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Abertura de blog

em breve farei as postagens.